Os relatórios do Ministério da Saúde apontam que Cabo Verde registou, nos últimos dez anos, mais de 3.500 casos de óbitos por AVC, o que corresponde a uma média de 270 a 300 casos de óbitos/ano.
A informação foi avançada pela directora Nacional da Saúde, Ângela Gomes, ao presidir à abertura do Workshop sobre actualização em AVC, sob o lema “Juntos somos maiores que o AVC”.
O evento alusivo ao Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC) assinalado a 29 de Outubro teve por objectivo alertar os profissionais da saúde sobre a prevenção, factores de risco e seus tratamentos.
Na ocasião, a responsável realçou a importância desta data, lembrando que os acidentes vasculares cerebrais são as principais causas de óbito e de incapacidades, principalmente nos países onde já há uma esperança média de vida muita alta.
“E o AVC, tendo em conta os seus impactos que são transversais a ambos os sexos, tem um impacto principalmente na mortalidade prematura das pessoas, e tem tido um impacto devastador a nível da qualidade de vida mesmo com o aumento da esperança de vida”, afirmou.
Daí que considerou que este desafio é mundial, avançando que o país registou nos últimos dez anos, conforme os relatórios do Ministério da Saúde, mais de 3.500 casos de óbitos relativamente ao AVC, o que dá uma média de 270 a 300 casos de óbitos/ano por AVC.
“E isto causa um impacto muito grande, e são óbitos sem contar com os casos de incapacidade dos sobreviventes, com o impacto social nas famílias, e também dos custos económicos que tem por país”, sublinhou.
Segundo indicou ainda, as doenças crónicas não transmissíveis constituíram em 2009 52% dos óbitos a nível nacional e 65% em 2019.
Ou seja, são indicadores que para esta responsável interpelam a todos para acções coordenadas e multissectoriais em relação aos factores de risco, mas também pela parte de prevenção, promoção, diagnóstico e do tratamento de forma atempada.
Assegurou que Cabo Verde através do Ministério da Saúde tem destacado as doenças crónicas não transmissíveis desde o plano nacional da política nacional de saúde de 2007, como uma das prioridades.
“Também foram implementadas acções concretas através dos planos multissectoriais de intervenções na área das doenças crónicas não transmissíveis que estão sendo revistas neste momento, para se iniciar o novo plano multissectorial e integrado de intervenção, com foco na questão dos cuidados primários de saúde”, revelou.
Por seu lado, a representante da OMS em Cabo Verde, Edith Pereira afirmou que reduzir em um terço a mortalidade prematura causada pelas doenças não transmissíveis até 2030 é uma das metas do ODS 3, de modo que, ressaltou, este organismo internacional tem apoiado os países na implementação de ferramentas eficazes para acções de prevenção, tratamento e reabilitação.
Adriano David R100F
Fonte: Inforpress