O número de passageiros transportados via marítima em Cabo Verde caiu de 50 mil em Janeiro para 19 mil em Junho, com uma quebra de 62%, conforme dados apresentados quarta-feira pelo ministro da Economia Marítima, Paulo Veiga.

O governante, convidado a falar dos impactos da covid-19 nos transportes marítimos em Cabo Verde durante a conferência promovida pelo MpD, no âmbito da preparação para o debate sobre o Estado da Nação, disse que no mês de Abril houve uma queda de 99% a nível dos transportes de passageiros.

Durante esse período, em que houve suspensão dos transportes dos passageiros, para evitar a propagação do vírus da covid-19 entre as ilhas, foram transportados apenas o pessoal essencial de saúde e da protecção civil e alguns casos de transferência médica.

“A nível da concessão nós transportamos cerca de 50 mil pessoas em Janeiro e este número caiu para 35 mil em Março, depois para 335 em Abril e em Junho estivemos à volta de 19 mil pessoas e isto tem impacto grande na receitas e nas economias locais”, disse.

Citou como exemplo o caso da ilha de Santo Antão que em Janeiro recebeu 17 mil pessoas, sendo 40% nacionais e 60% turistas, estando neste momento a ilha a receber a volta de oito mil pessoas por mês.

A nível nacional houve uma recuperação razoável no mês de Junho, continuando, entretanto a estar muito aquém do que é o normal.

A nível dos transportes de cargas, o ministro da Economia Marítima adiantou que houve também uma diminuição, mas a retoma já é muito melhor.

“Em termos de viaturas transportadas retomamos já o número de Janeiro, à volta dos três mil por mês, após a quebra de Abril e Maio, o que nos deixa com algum optimismo”, disse apontando também para as melhorias a nível dos transportes de carga geral.

Por outro lado, assinala diminuição do número de embarcações internacionais que chegam aos portos cabo-verdianos e da paralisação do turismo de cruzeiro.

Paulo Veiga salientou que esta pandemia abriu precedentes que vieram a mostrar as necessidades e lacunas que o país tinha nas redes marítimas, e obrigou o Governo a mudar as prioridades a nível dos investimentos a nível portuário.

“Passou a ser prioridade as instalações para receber passageiros e as instalações para receber e entregar cargas que agora têm de cumprir algumas regras” anotou.

Como resposta a necessidade de continuar o fornecimento e cadeias de abastecimento do país, garantiu que desde logo os transportes marítimos mereceram total atenção do Governo e das comunidades portuárias e autoridades sanitárias.

“Tivemos que rapidamente formular medidas de contingências em alinhamento com as recomendações da OMS porque não poderíamos, de forma alguma, encerrar os nossos portos ou parar os transportes de mercadorias entre as nossas ilhas e com o estrangeiro”, explicou.

As ligações marítimas com transportes de passageiros foram suspensas em Março e retomadas de forma integral no dia 15 de Julho.


AD/R100Frontera/Inforpress

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