O infeccionologista Jorge Barreto disse hoje que os candidatos às eleições autárquicas não devem cumprimentar as pessoas com “soquinhos” ou com os cotovelos, devendo os mesmos manterem uma distância de, pelo menos, um metro e meio.

Falando na habitual conferência de imprensa para o balanço da situação pandémica de covid-19 no país, onde, nesta segunda-feira, se registaram 83 novos casos de infecção, sendo 61 na Cidade da Praia, o director do Serviço de Prevenção e Controlo de Doenças afirmou que, se os políticos em campanha eleitoral, não levarem em conta as recomendações das autoridades sanitárias, Cabo Verde poderá vir a ter aumento do número de casos de covid-19.

“Temos visto na comunicação social os candidatos a cumprimentarem as pessoas com o famoso soquinho e isto não é recomendável, nem os cotovelos. Devem ficar, pelo menos, a um metro meio de distância”, aconselhou Jorge Barreto, corroborado pela presidente do Instituto Nacional de Saúde Publica (INSP) Maria da Luz Lima que o distanciamento físico é “fundamental” no combate à disseminação do vírus, assim como o uso das máscaras.

Em relação à retoma dos voos internacionais, reiterou que “foram acauteladas as condições para dar as respostas necessárias”.

Sobre este mesmo assunto, a presidente do INSP considera que a reabertura das fronteiras nacionais constitui um “desafio para o país”, acrescentando que já foram criadas todas as condições, com vista a garantir, atempadamente, os resultados dos testes PCR.

Revelou, por outro lado, que neste momento o país já conta com seis laboratórios nas principais ilhas, como Santiago, Sal, Boa Vista, São Vicente e Fogo, a fim de permitir que o viajante tenha o resultado do teste efectuado nas 72 horas antes de viajar.

Maria da Luz Lima afiançou que o país já fez uma planificação para seis meses, a fim de evitar rotura de stock de consumíveis e reagentes para testes e que os laboratórios já foram reforçados com mais recursos humanos.

De acordo com o infeccionologista Jorge Barreto, a sorte de Cabo Verde é o facto de a maioria de casos registados (cerca de 70% (por cento) serem assintomáticos e, também, porque o país tem uma população “bastante jovem”.

Conforme explicou, estes factores têm contribuído para não haver o estrangulamento dos serviços de saúde, a nível de internamento com casos muito mais graves.

No entanto, prognosticou que, se não houver o cumprimento de prevenção e continuar a haver o aumento do número de casos, “aumenta a probabilidade de acontecerem situações graves e aí poderá haver o esgotamento da capacidade de resposta” por parte dos serviços de saúde.

Instado se o país está numa nova fase de infecção pela covid-19, afirmou que não e que os dados disponíveis não indicam que tenha havido uma redução de casos, como se registou, por exemplo, na Europa que agora está a ter uma retoma.

“Ainda não estamos numa segunda fase [de infecção]” asseverou o infeccionologista, que reconhece ainda ser “complicado”, neste momento, as autoridades sanitárias admitirem que Cabo Verde já atingiu o pico.

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R100Frontera/Inforpress

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