“Rutxêla” é o segundo livro de estória que faz parte de uma trilogia do contador de estórias de origem cabo-verdiana Adriano Reis que estará disponível no mercado em Dezembro, informou hoje à Inforpress o autor.
Forçado a “parar de levar risos” às pessoas por causa da pandemia do novo coronavírus, o contador de estórias de origem cabo-verdiana, residente em Portugal, decidiu adaptar-se ao novo contexto.
E, é aí que surgiu a ideia de estar mais perto dos seus ouvintes portugueses e das comunidades imigrantes e seus descendentes em Portugal e na diáspora, começando por escrever um livro que conta a história do seu pai “Tonaya”, uma homenagem à imigração.
O livro com mais dois contos tradicionais de Santo Antão, publicado em Agosto, uma edição de 500 exemplares, que segundo o autor está praticamente esgotada e já estão a pensar numa segunda edição, faz parte de um trio constituído por “Rutxêla”, que estará disponível em Dezembro, e “Jornada de um sampadju na Santiago”.
Falando de “Rutxêla”, Adriano Reis, que vive há 18 anos em Portugal, explicou que são memórias da sua infância, isto é baseada em factos reais e em vivências de Santo Antão.
O livro de 40 páginas, para além de trazer um jogo tradicional em formato cantado uma ‘Glitxáda’, traz uma crença de uma florzinha dourada “Mi é dôd na bó” que aparece no Topo de D´Miránda, em Ribeira da Torre, na Ribeira Grande de Santo Antão, e por último uma história da rutxêla, uma cabra estimada pela família.
O livro foi escrito em português e em crioulo e para a sua execução contou com a participação de Olívia Nogueira, na revisão do português (Porto), Emanuel Vaz, capa e designer (Agualva, Sintra), Gil Moreira, na revisão da língua materna (Cabo Verde) e Manuel Dias, nas ilustrações (Luxemburgo).
A obra, que deverá ser apresentada na primeira ou segunda semana de Dezembro, no Centro Cultural de Cabo Verde em Lisboa (Portugal), conta ainda com o apoio do Governo dos Açores e a Direcção Regional das Comunidades nos Açores.
A terceira obra, cujo esboço está a caminho e deverá estar disponível no primeiro semestre de 2021, segundo o autor, será a crónica “Jornada de um sampadjudo na Santiago” que fala de uma viagem de descoberta de 10 dia do autor pela ilha de Santiago, acompanhado do actor e investigador Gil Moreira.
“No âmbito do projecto ‘Bebi na Fonti’ de investigação de recolha da tradição oral, apaixonei pela riqueza e beleza identitária da nossa cultura, beleza antro-etnocultural e como sampadjudo e percebendo que nem todos percebem e conhecem bem e vice-versa a nossa cultura, senti o dever patriótico de escrever uma crônica, com amor, do meu percurso pela ilha de Santiago que foi e é fundamental pelo meu crescimento”, disse.
O autor espera contar com a parceria e o financiamento do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas para a publicação desse livro e caso consiga poderá disponibilizá-lo às escolas, associações, instituições sociais e culturais em Cabo Verde.
Adriano Reis revelou à Inforpress que tem sido “muito complicado” trabalhar neste tempo de pandemia, mas graças a Deus tem conseguido realizar alguns espectáculos em Pombal, Gaia, leiria (Portugal) e Luxemburgo.
“As pessoas estão com sede de cultura”, disse, adiantando que o desejo é apresentar esta obra no primeiro trimestre do ano 2021 em Cabo Verde.
Neste momento, informou está a trabalhar numa sessão partilhada de “Natal de Cabo Verde, Guiné e Portuguesa” com Braima Galissá, mestre do Korá e contador de histórias guineense, um pedido do escritor infanto juvenil Carlos Canhoto, patrocinado pela Câmara Municipal de Évora e de Mora.
Esta peça deverá ser apresentada em Dezembro, em Portugal.
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